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Arquitetos: Dethier Architectures
- Área: 333 m²
- Ano: 2004
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Fotografias:Serge Brison
Descrição enviada pela equipe de projeto. O centro de Dinâmicas de Grupo e Análises Institucionais (CDGAI) é uma referência da parte francesa da Bélgica no campo da "ciência psicossocial ativa". O Dethier Architectures foi escolhido para projetar a nova infraestrutura para o Centro. O projeto começou em março de 2002 e foi concluído em fevereiro de 2004.
O novo edifício foi construído no parque cientifico de Sart-Tilman em Liège. Este é muito alinhado com a filosofia de planejamento urbano local, que faz com que se crie arquitetura de alta qualidade em harmonia com a paisagem arborizada.
Um projeto simples, mas exigente.
O CDGAI recebe pequenos grupos que trabalham na área de psicologia social e foi concebido como um lugar onde pessoas podem se reunir e trocar. Como salas de reuniões são definidas fora do mundo exterior, paredes translúcidas oferecem uma ampla iluminação.
A organização do edifício é clara e oferece um alto grau de flexibilidade para a interação. Trata-se de uma estrutura retangular de piso único (23 m x 10 m), com um mezanino. O piso térreo abriga duas salas de reunião e seu anexo, assim como a entrada, uma secretaria, uma cozinha, uma sala para equipamentos de escritórios, banheiros e uma sala de máquinas. Os escritórios e uma biblioteca estão localizados no mezanino.
Para manter os custos baixos, nós encaixamos tudo em um pequeno volume com cobertura curva, ressaltando a atmosfera interna protetora. A fachada de alvenaria no lado norte suporta, enquanto a fachada sul é composta por uma grelha de aço. A cobertura envolve toda a estrutura e se estende até o solo.
Materiais inovadores.
Preocupações orçamentárias também levaram ao uso inovador de materiais de alta qualidade normalmente reservados para o uso industrial. Uma espécie de borracha negra foi utilizada na cobertura inteira. O forro revela um sanduíche de chapa de aço galvanizado que estrutura a cobertura. Vidros translúcidos e painéis de policarbonato fornecem tanto o isolamento acústico quanto iluminação natural difusa. Além disso, foi os painéis das divisórias são feitos em OSB e os painéis do piso de argamassa armada polida
Soluções econômicas e ambientalmente amigáveis.
A escolha de materiais com facilidade de instalação nos permitiu manter os custos baixos e limitar o impacto ambiental.
Personalizadas pela tecnologia digital, foram utilizados desenhos digitais para a criação dos elementos pré-fabricados, o que permitiu alcançar um ajuste preciso entre as paredes e a estrutura metálica na fachada sul, além de garantir a regularidade da cobertura de aço (sem perder tempo com ajustes locais).
A ênfase no baixo custo também foi estendido para os custos de manutenção. O sistema de evacuação de águas pluviais é um exemplo disso - a cobertura é desprovida de calhas que poderiam ser entupidas por folhas, sendo a água recolhida em duas calhas no chão que são mais fáceis de limpar. Ao invés de instalar um ar condicionado caro, optamos por um sistema de refrigeração mais simples. À noite, aberturas permitem que o ar fresco seja absorvido pela alvenaria e o piso de cimento, que é então liberado lentamente ao longo do dia. É importante notar que a consciência de custos pode ter repercussões ecológicas, tais como a absorção direta da água de chuva e a preservação da topografia e vegetação existente, garantindo que a estrutura se encaixe bem no ambiente natural.
Ao enfatizar estas qualidades técnicas e estéticas dos materiais industriais, a CDGAI é capaz de combinar o racionalismo, a inovação e o desenvolvimento sustentável.
A abordagem cuidadosa.
Nossas abordagem, que justapõe volume e leveza, é particularmente evidente quando se compara a parede de alvenaria da fachada norte e a grelha metálica da fachada sul. Os diálogos com a natureza se dão por aberturas que fazem um jogo de luz com as sobras das árvores.
A elegante interação entre os sólidos e os vazios difunde a luz em diversas maneiras. Durante o dia, as grandes salas ficam iluminadas por uma luz natural abundante, enquanto à noite o edifício é transformado em uma espécie de lanterna. O artista Jean Glibert optou por se concentrar nesta intensidade luminosa, usando o brilho da cobertura galvanizada para refletir os tons de verde e vermelho do escritório e da biblioteca, em direção à área de recepção e salas de reunião.
A interação da luz e contraste encontra um eco na área arborizada em que está a estrutura. Um laboratório para interações sociais durante o dia e uma lanterna à noite, o edifício está em conformidade com a paisagem, afirmando, ao mesmo tempo, sua identidade visual.